Apêndice — Os pais perguntam
APÊNDICE
Os pais perguntam
“O que posso fazer para que o meu filho fale comigo?”
“Devo estabelecer uma hora para o meu filho chegar a casa?”
“Como posso ajudar a minha filha a ter um conceito equilibrado sobre dietas?”
Estas são algumas das 17 perguntas respondidas neste Apêndice. A matéria está dividida em seis secções e faz referência a capítulos do Volume 1 e do Volume 2 de Os Jovens Perguntam — Respostas Práticas.
Leia a matéria. Se possível, converse sobre ela com o seu cônjuge. Depois, use os conselhos para ajudar os seus filhos. As respostas que vai encontrar aqui são de confiança. Não são baseadas na sabedoria humana, que pode falhar, mas na Palavra de Deus, a Bíblia. — 2 Timóteo 3:16, 17.
290 Comunicação
297 Regras
302 Independência
307 Sexo e namoro
315 Espiritualidade
COMUNICAÇÃO
Há realmente algum problema em discutir com o meu cônjuge ou com os meus filhos?
No casamento, as diferenças de opinião são inevitáveis. Mas vocês podem decidir como vão lidar com elas. Os jovens são profundamente afetados pelas discussões dos pais. Isso é um assunto preocupante, porque o vosso casamento é, na verdade, um modelo que os vossos filhos talvez sigam quando se casarem. Não seria melhor usarem as vossas diferenças de opinião como uma oportunidade para darem um bom exemplo de como resolver desentendimentos? Tentem fazer o seguinte:
Escutem. A Bíblia diz-nos para ‘estarmos prontos para ouvir, não nos precipitarmos em falar, nem nos irritarmos com facilidade’. (Tiago 1:19) Não coloquem lenha na fogueira por ‘retribuírem o mal com o mal’. (Romanos 12:17) Mesmo que o seu cônjuge não esteja disposto a ouvi-lo, isso não significa que você deva fazer o mesmo.
Esforcem-se para explicar em vez de criticar. De forma calma, diga ao seu cônjuge como a atitude dele ou dela o afeta. (“Eu fico triste quando tu...”) Resista ao impulso de acusar e criticar. (“Tu não gostas de mim.” ou “Tu nunca me ouves.”)
Deem algum tempo. Às vezes, é melhor deixar o assunto de lado e continuar a conversa mais tarde, quando os ânimos estiverem mais calmos. A Bíblia diz: “Começar uma briga Provérbios 17:14.
é como abrir uma comporta; retira-te antes de estourar a discussão.” —Peçam desculpa ao vosso cônjuge – e, se necessário, aos vossos filhos. A Brianne, de 14 anos, diz: “Às vezes, depois de discutirem, os meus pais pedem-me desculpa, a mim e ao meu irmão mais velho, porque sabem como as discussões deles nos afetam.” Uma das lições mais valiosas que podem ensinar aos vossos filhos é dizerem humildemente “desculpa”.
E se é com o seu filho que você discute? Veja se, sem querer, não está a colocar lenha na fogueira. Por exemplo, considere a situação no início do Capítulo 2, na página 15 deste livro. Consegue identificar algumas coisas que a mãe da Rachel fez que contribuíram para a discussão? Como é que você pode evitar discutir com o seu filho adolescente? Tente o seguinte:
● Evite generalizar por dizer coisas como “Tu sempre...” ou “Tu nunca...”. Isso só provoca uma reação defensiva. Afinal, é provável que essas declarações sejam exageradas, e o seu filho sabe disso. Talvez ele também saiba que o motivo pelo qual você está a generalizar seja mais porque está irritado do que por causa da irresponsabilidade dele.
● Em vez de fazer acusações que começam com a palavra “tu”, tente expressar como o comportamento do seu filho o afeta. Por exemplo, diga: “Eu sinto-me... quando tu...”. Acredite ou não, no fundo, o seu filho preocupa-se com os seus sentimentos. Se lhe mostrar como a atitude dele o afeta, é mais provável que ele coopere. a
● Por mais difícil que seja, espere até que as suas emoções estejam sob controlo. (Provérbios 29:22) Se o motivo da discussão envolve tarefas domésticas, converse com o seu filho sobre esse assunto. Escreva em detalhes o que se espera dele e, se necessário, deixe claro quais serão as consequências se ele não obedecer. Mesmo que pense que o ponto de vista dele está errado, ouça-o com paciência. A maioria dos adolescentes reage melhor a um ouvido atento do que a um sermão.
● Antes de concluir precipitadamente que o seu filho se tornou um rebelde, reconheça que muito do que você observa é parte do desenvolvimento natural dele. Ele pode argumentar só para provar que está a amadurecer. Resista à tentação de se envolver em discussões. Lembre-se: a sua reação às provocações ensina uma lição ao seu filho. Dê o exemplo por mostrar paciência, e o seu filho provavelmente vai imitá-lo. — Gálatas 5:22, 23.
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULO 2, E O VOLUME 2, CAPÍTULO 24
Até que ponto é que os meus filhos deviam conhecer o meu passado?
Imagine que está a jantar com o seu cônjuge, a sua filha e alguns amigos. Durante a conversa, um deles fala sobre alguém que namorou consigo, antes de conhecer o seu cônjuge. A sua filha quase deixa cair o garfo. “Quer dizer que tu namoraste com outra pessoa?”, pergunta ela, espantada. Você nunca tinha contado essa história à sua filha antes. Agora, ela quer saber mais. O que vai fazer?
Normalmente, as perguntas dos filhos devem ser bem recebidas. Afinal, quando eles fazem perguntas e prestam atenção às respostas, é sinal de que há uma boa comunicação entre vocês. Não é isso o que a maioria dos pais quer?
Mas o que deve contar aos seus filhos sobre o seu passado? É claro que prefere não revelar nada aos seus filhos que seja constrangedor. No entanto, contar algumas das dificuldades que teve pode ser de ajuda para eles. Como assim?
Veja um exemplo. Certa vez, o apóstolo Paulo confessou: “Quando quero fazer o que é certo, está presente em mim o que é mau. [...] Homem miserável que eu sou!” (Romanos ) Jeová Deus inspirou estas palavras para que fossem registadas e preservadas na Bíblia para o nosso benefício. Na realidade, nós beneficiamo-nos delas. E quem é que não se identifica com estas expressões sinceras de Paulo? 7:21-24
Da mesma forma, conversar com os seus filhos a respeito das boas decisões que tomou e dos erros que cometeu pode ajudá-los a identificarem-se mais consigo. É verdade que vocês são de gerações diferentes. No entanto, embora os tempos tenham mudado, a natureza humana não mudou – nem os princípios bíblicos. (Salmo 119:144) Falar dos desafios que já enfrentou e de como os superou pode ajudar os seus filhos adolescentes a lidarem com os problemas deles. Um jovem chamado Carlos diz: “Quando tu ficas a saber dos desafios que os teus pais enfrentaram, descobres que eles são muito parecidos contigo.” Ele acrescenta: “Da próxima vez que tiveres um problema, vais perguntar-te se os teus pais também passaram por isso.”
Um alerta: nem tudo o que você contar precisa de se tornar um conselho. É verdade que não quer que o seu filho tire conclusões erradas ou até se sinta justificado a cometer os mesmos erros que os seus. Em vez de dar um conselho (“É por isso que tu nunca deves...”), expresse os seus sentimentos em poucas palavras (“Ao olhar para trás, eu gostaria de nunca ter feito isso porque...”). Assim, o seu filho poderá aprender lições valiosas da sua experiência de vida sem achar que está a ouvir um sermão. — Efésios 6:4.
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULO 1
O que tenho de fazer para que o meu filho fale comigo?
Quando o seu filho era pequeno, provavelmente, falava consigo sobre tudo. Se lhe perguntasse alguma coisa, ele respondia, sem hesitar. Geralmente, nem sequer precisava de lhe fazer perguntas. As informações simplesmente jorravam como água. Agora que o seu filho é adolescente, tentar
fazer com que ele fale pode parecer um esforço em vão. É como tentar tirar água de um poço seco. Você talvez pense: ‘Ele conversa com os amigos. Porque é que não conversa comigo?’Não deixe que o silêncio dos seus filhos adolescentes o leve a pensar que eles o estão a rejeitar ou que não querem que se envolva na vida deles. A verdade é que, agora, eles precisam de si mais do que nunca. A boa notícia é que as pesquisas revelam que a maioria dos adolescentes ainda dá valor aos conselhos dos pais – até mais do que aos conselhos dos colegas ou da comunicação social.
Então, porque é que eles resistem tanto a dizer-lhe o que pensam? Veja o que alguns jovens disseram sobre o motivo de não quererem conversar com os pais. Depois, reflita nas perguntas e procure os textos bíblicos citados.
“Tenho dificuldade em aproximar-me do meu pai porque ele tem muita coisa com que se preocupar, tanto no trabalho como na congregação. Parece que nunca é uma boa altura para falar com ele.” — Andrew.
‘Será que, sem me aperceber, passo a impressão de que estou demasiado ocupado para conversar com os meus filhos? Em caso afirmativo, como posso ser mais acessível? Quando posso tirar tempo para conversar regularmente com os meus filhos?’ — Deuteronómio 6:7.
“Enquanto chorava, fui conversar com a minha mãe por causa de uma discussão na escola. Eu queria que ela me consolasse, mas ela só me repreendeu. Depois disso, nunca mais conversei com ela sobre coisas importantes.” — Kenji.
‘Qual é a minha reação quando os meus filhos me procuram para falar de um problema? Mesmo que seja preciso corrigir, será que posso aprender a ouvi-los com empatia, antes de lhes dar um conselho?’ — Tiago 1:19.
“Sempre que os pais dizem que podemos estar à vontade para lhes contar tudo porque não vão ficar zangados, parece que, mesmo assim, eles acabam por ficar irritados. É por isso que o filho se sente traído.” — Rachel.
‘Se os meus filhos me contam algo que me deixa aborrecido, como posso controlar a minha reação inicial?’ — Provérbios 10:19.
“Muitas vezes, falava com a minha mãe sobre assuntos muito íntimos, mas ela ia logo contar tudo às amigas dela. Perdi a confiança nela durante muito tempo.” — Chantelle.
‘Mostro consideração pelos sentimentos dos meus filhos por não espalhar assuntos pessoais que eles me confidenciam?’ — Provérbios 25:9.
“Gostava de falar com os meus pais sobre muitas coisas. Só preciso da ajuda deles para começar a conversa.” — Courtney.
‘Será que posso tomar a iniciativa em conversar com os meus filhos adolescentes? Qual é a melhor hora para fazer isso?’ — Eclesiastes 3:7.
Como pai ou mãe, você só tem a ganhar em criar meios de se comunicar com os seus filhos. Veja o que aconteceu a uma jovem do Japão, de 17 anos, chamada Junko. “Certa vez”, diz ela, “confessei à minha mãe que me sentia mais à vontade com os meus colegas de escola do que com os irmãos cristãos. No dia seguinte, encontrei uma carta dela na minha escrivaninha a dizer que ela também já se tinha sentido assim. Além disso, ela mencionou algumas pessoas citadas na Bíblia que serviram a Deus, mesmo quando não havia nenhum amigo para encorajá-las. Ela também me elogiou pelo esforço que eu tinha feito para cultivar boas amizades. Fiquei surpreendida por saber que eu não era a única que tinha enfrentado esse problema. A minha mãe também tinha
passado por essa situação. Fiquei tão feliz por saber disso que até chorei. O que ela me disse encorajou-me muito e deu-me mais força para fazer o que é certo”.Assim como a mãe da Junko descobriu, os adolescentes têm a tendência de se abrirem com os pais quando têm a certeza de que eles não vão criticar nem fazer pouco dos seus pensamentos e sentimentos. Mas o que pode fazer se o seu filho adolescente parece ficar irritado ou com raiva quando conversa consigo? Resista à vontade de reagir da mesma maneira. (Romanos 12:21; 1 Pedro 2:23) Em vez disso, embora pareça difícil, dê o exemplo do tipo de linguagem e de comportamento que espera que o seu filho tenha.
Lembre-se do seguinte: até se tornarem adultos, os adolescentes estão numa fase de transição. Os especialistas têm notado que, durante esse período, o comportamento dos adolescentes é instável – em certas ocasiões agem como se fossem mais velhos, e em outras agem como crianças. Se isso acontece ao seu filho, o que pode fazer – especialmente quando ele se comporta como uma criança?
Controle-se para não começar logo a criticar o seu filho ou para não se envolver numa discussão infantil. Em vez disso, converse com ele, tratando-o como alguém que está a ser treinado para ser um adulto. (1 Coríntios 13:11) Por exemplo, se ele agir como uma criança e disser: “Porque é que não me deixas em paz?”, você talvez se sinta tentado a reagir com raiva. No entanto, se fizer isso, vai perder o controlo da situação e é provável que se envolva numa discussão. Por outro lado, pode simplesmente dizer: “Parece que estás zangado. Porque não conversamos sobre isso mais tarde, quando estiveres mais calmo?” Desse modo, você terá o controlo da situação. Isso vai resultar numa conversa, não numa discussão.
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULOS 1 E 2
REGRAS
Devo estabelecer uma hora para o meu filho chegar a casa?
Para ajudá-lo a responder a esta pergunta, imagine-se na seguinte situação: o seu filho já devia ter voltado para casa há trinta minutos. De repente, você ouve a porta da frente a abrir-se devagar e pensa: ‘Ele está à espera de que eu esteja a dormir.’ Mas é claro que você não está a dormir. Na verdade, está sentado perto da porta desde a hora a que o seu filho devia ter chegado. Ele entra e os vossos olhares cruzam-se. O que vai dizer? O que vai fazer?
Tem duas opções: não levar o assunto a sério e concluir que ‘os jovens são mesmo assim’, ou ir ao outro extremo e dizer: “Tu nunca mais vais sair de casa!”. Em vez de agir por impulso, ouça primeiro; talvez haja um bom motivo para ele ter chegado tarde. Depois, poderá usar o atraso do seu filho para lhe ensinar uma lição importante. Como?
Sugestão: Diga ao seu filho que conversarão sobre o assunto no dia seguinte. Depois, numa hora apropriada, explique como vai lidar com o assunto. Alguns pais tentaram o seguinte: se o filho volta para casa depois da hora marcada, da próxima vez que sair terá de chegar meia hora antes. Por outro lado, se ele volta sempre para casa à hora certa e mostra que é de confiança, talvez mereça mais liberdade, como, por exemplo, chegar mais tarde de vez em quando.
É importante que o seu filho entenda de modo claro a que horas deve voltar para casa e qual será o castigo se ele não respeitar a hora estipulada. Depois, cumpra o que disse.Note, porém, que a Bíblia diz: “Que a vossa razoabilidade seja conhecida.” (Filipenses 4:5) Portanto, antes de impor uma hora, talvez queira conversar com o seu filho sobre o assunto, permitindo que ele dê uma sugestão e explique as razões. Leve em consideração o que ele sugerir. Se ele tem mostrado que é alguém de confiança, você poderá atender ao seu pedido, se isso for razoável.
A pontualidade faz parte da vida. Por isso, estabelecer uma hora para o seu filho chegar a casa envolve mais do que apenas afastá-lo dos problemas. Trata-se de uma lição que vai beneficiar o seu filho durante toda a vida. — Provérbios 22:6.
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULO 3, E O VOLUME 2, CAPÍTULO 22
Como posso lidar com os conflitos sobre roupa com os meus filhos?
Considere a situação mencionada na página 77 deste livro. Agora, imagine que a Heather é sua filha. É impossível não notar a roupa que ela está a usar – pouca roupa, na sua opinião. A sua reação é imediata: “Sobe imediatamente e troca de roupa, minha menina, ou não vais a lado nenhum!”. Uma reação assim até pode resultar. Afinal, a sua filha não tem outra escolha senão obedecer. Mas como pode ensiná-la a mudar o modo de pensar, e não só a roupa?
● Primeiro, lembre-se do seguinte: o seu filho ou a sua filha adolescente também deve estar muito preocupado com as consequências da falta de modéstia. No fundo, eles não querem parecer ridículos ou chamar a atenção indesejada. Com paciência, diga-lhes que estilos indecentes não vão b Sugira outras opções.
torná-los mais bonitos e explique os motivos.● Segundo, seja razoável. Pergunte-se: ‘Será que esta roupa viola algum princípio bíblico ou é apenas uma questão de gosto?’ (2 Coríntios 1:24; 1 Timóteo 2:9, 10) Se for uma questão de gosto, será que pode ceder?
● Terceiro, não diga apenas que estilos é que não são aceitáveis. Ajude o seu filho ou a sua filha a escolher roupa que seja apropriada. Porque não usa a tabela das páginas 82 e 83 deste livro para raciocinar com o seu filho? Com certeza, vai valer a pena o tempo e o esforço!
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULO 11
Devo permitir que o meu filho se divirta com jogos eletrónicos?
Os jogos eletrónicos mudaram muito desde a sua adolescência. Como pode ajudar o seu filho a identificar possíveis perigos e a evitá-los?
Não adianta condenar a indústria dos jogos como um todo ou afirmar categoricamente que são uma perda de tempo. Lembre-se: nem todos os jogos são prejudiciais, mas podem viciar. Por isso, analise quanto tempo é que o seu filho passa a jogar. Além disso, avalie o tipo de jogos que parece atrair o seu filho. Até poderia perguntar-lhe:
● “Qual é o jogo de que os teus colegas mais gostam?”
● “O que se passa no jogo?”
● “Porque é que achas que tantas pessoas gostam desse jogo?”
Talvez descubra que o seu filho sabe mais sobre jogos Hebreus 5:14.
eletrónicos do que imaginava. Até pode ser que ele já se tenha divertido com jogos que você considera impróprios. Se esse for o caso, não fique irritado. Aproveite a oportunidade para ajudá-lo a desenvolver a sua capacidade de discernimento. —Faça perguntas que ajudarão o seu filho a entender porque é que ele se sente atraído a jogos impróprios. Por exemplo, poderia perguntar-lhe algo como:
● “Sentes-te excluído porque não te deixamos jogar esse jogo?”
Alguns jovens talvez joguem certos jogos para terem um tema de conversa com os colegas. Caso isso se aplique ao seu filho, é provável que você não lide com a situação do mesmo modo como lidaria se ele se sentisse atraído a jogos muito violentos ou com conotação sexual. — Colossenses 4:6.
E se ele gosta dos aspetos negativos de um jogo? Alguns jovens talvez se defendam logo por dizerem que a violência dos jogos é virtual e não os afeta. Eles argumentam: ‘Só porque faço uma coisa no ecrã, não quer dizer que a faça na vida real.’ Se o seu filho pensa assim, considere com ele o Salmo 11:5. Como as palavras desse versículo deixam claro, não é apenas ser violento que desagrada a Deus, mas também amar a violência. O mesmo princípio aplica-se à imoralidade sexual ou a qualquer outra conduta imoral condenada pela Palavra de Deus. — Salmo 97:10.
Se os jogos eletrónicos são um problema para o seu filho, tente o seguinte:
● Não deixe o seu filho jogar num lugar isolado, como o quarto dele.
● Estabeleça regras básicas – por exemplo, não jogar antes do jantar, antes de terminar os trabalhos de casa ou de fazer outra atividade importante.
● Destaque o valor de participar em atividades que envolvam exercício físico.
● Observe enquanto o seu filho joga – ou, melhor ainda, jogue com ele de vez em quando.
Naturalmente, para orientar o seu filho na escolha de diversão, você precisa de dar o exemplo. Por isso, pergunte-se: ‘A que tipo de programas de televisão e filmes é que eu assisto?’ Não se engane: se as suas regras forem incoerentes, os seus filhos vão perceber isso.
VEJA O VOLUME 2, CAPÍTULO 30
E se o meu filho for viciado no telemóvel, no computador ou em outros dispositivos eletrónicos?
Será que o seu filho adolescente gasta demasiado tempo na Internet, a enviar e a receber muitas mensagens pelo telemóvel ou tem um relacionamento melhor com o leitor de música do que consigo? Se sim, o que pode fazer?
Uma opção seria simplesmente tirar-lhe o dispositivo. Mas não encare todos os dispositivos eletrónicos como prejudiciais. Afinal, é provável que você também use alguma forma de tecnologia que não existia na época dos seus pais. Portanto, em vez de simplesmente confiscar o dispositivo do seu filho – a menos que haja um forte motivo para isso –, porque não aproveita a oportunidade para treiná-lo a usar a tecnologia com sabedoria e moderação? Como pode fazer isso?
Reserve tempo para conversar sobre o assunto com o seu filho. Primeiro, diga-lhe quais são as suas preocupações. Segundo, ouça o que ele tem a dizer. (Provérbios 18:13) Terceiro, pensem juntos em algumas soluções práticas. Não tenha medo de estabelecer limites firmes, mas seja razoável. “Quando tive um problema por causa de mensagens”, conta uma adolescente chamada Helen, “os meus pais não me tiraram o telemóvel; eles estabeleceram regras. O modo como lidaram com a situação ajudou-me. Agora, consigo manter o controlo, mesmo quando eles não estão por perto para me vigiar”.
E se o seu filho ficar na defensiva? Não conclua que o seu conselho entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Em vez disso, seja paciente e dê-lhe algum tempo para pensar no assunto. É provável que ele concorde consigo e faça as mudanças necessárias. Muitos jovens pensam como uma adolescente chamada Roberta, que diz: “No início, fiquei ofendida quando os meus pais me disseram que eu estava viciada no computador. Mas, com o tempo, quanto mais eu pensava no assunto, mais percebia que eles estavam certos.”
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULO 36
INDEPENDÊNCIA
Até que ponto devo dar privacidade ao meu filho?
A resposta a esta pergunta pode ser difícil. Por exemplo, e se o seu filho estiver no quarto com a porta fechada? Devia entrar de repente, sem bater? E se a sua filha se esquecer
do telemóvel quando sai à pressa para a escola? Daria uma vista de olhos às mensagens dela?Estas perguntas não são fáceis de responder. Como pai ou mãe, tem o direito de saber o que está a acontecer na vida do seu filho adolescente e tem a obrigação de protegê-lo. Mas nem sempre poderá vigiar cada passo dele. Como pode manter o equilíbrio?
Primeiro, tenha em mente que, se o seu filho deseja ter privacidade, isso nem sempre significa que ele está a fazer algo errado. Muitas vezes, isso faz parte do amadurecimento. A privacidade ensina aos adolescentes a serem independentes, à medida que fazem as suas próprias amizades e resolvem os seus problemas por usarem a sua “faculdade de raciocínio”. (Romanos 12:1, 2) Isso ajuda-os a tornarem-se adultos responsáveis. A privacidade também lhes dá a oportunidade para meditar antes de tomarem decisões e de responderem a perguntas difíceis. — Provérbios 15:28.
Segundo, reconheça que tentar controlar cada detalhe da vida do seu filho pode resultar em ressentimento e rebeldia. (Efésios 6:4; Colossenses 3:21) Será que isso significa que não se deve envolver na vida dele? Não, porque você ainda é o pai ou a mãe dele. No entanto, o objetivo é que o seu filho venha a ter uma consciência treinada. (Deuteronómio 6:6, 7; Provérbios 22:6) Afinal, orientar é mais eficaz do que vigiar.
Terceiro, converse sobre o assunto com o seu filho adolescente. Ouça as suas preocupações. Será que há ocasiões em que poderia ceder? Diga ao seu filho que lhe dará uma certa medida de privacidade, se ele não trair a sua confiança. Deixe claro quais serão as consequências se ele desobedecer, e cumpra a sua palavra quando for necessário. Tenha a certeza de que é possível dar ao seu filho uma certa medida de privacidade, sem precisar de abrir mão do seu papel como um pai dedicado.
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULOS 3 E 15
Quando é que o meu filho deve sair da escola?
“Os meus professores são muito chatos!” “Tenho sempre muitos trabalhos de casa!” “Mato-me a estudar e mal consigo passar de ano. Então, para que é que me esforço tanto?” Por estes motivos, alguns jovens sentem vontade de deixar a escola antes de estarem preparados para o mercado de trabalho. Se o seu filho quer deixar a escola, o que pode fazer? Tente o seguinte:
● Analise o seu conceito sobre a educação. Quando era jovem, como é que encarava a educação? Via a escola como uma perda de tempo – como uma prisão – que tinha de suportar até poder alcançar objetivos mais importantes? Então, esse conceito pode ter influenciado os seus filhos. A verdade é que uma boa educação irá ajudá-los a obter ‘sabedoria prática e raciocínio’ – qualidades necessárias para eles alcançarem os seus objetivos. — Provérbios 3:21.
● Proporcione condições apropriadas. Alguns filhos podiam tirar notas melhores se soubessem como estudar – ou se tivessem o ambiente apropriado para isso. Esse ambiente talvez inclua uma escrivaninha organizada, com ferramentas de pesquisa e boa iluminação. Você pode ajudar o seu filho a fazer progresso – na escola ou em sentido espiritual – por proporcionar condições apropriadas para que ele pondere, ou reflita, em novos pensamentos e ideias. — Note 1 Timóteo 4:15.
● Participe. Encare os professores e orientadores como aliados, não como inimigos. Conheça-os. Saiba os seus nomes. Converse com eles sobre os objetivos e os desafios do seu filho. Se ele estiver a tirar más notas, procure saber o motivo. Por exemplo, será que ele acha que se tiver boas notas vai tornar-se alvo de gozo e agressão? Tem problemas com algum professor? Tem dificuldades em alguma disciplina? O currículo escolar deve ajudá-lo a atingir o seu potencial,
não sobrecarregá-lo. Outra possibilidade: será que as dificuldades dele estão relacionadas com algum problema de saúde, como, por exemplo, visão fraca ou alguma deficiência de aprendizagem?Quanto mais se interessar pela instrução do seu filho – tanto a nível escolar como espiritual –, maiores serão as possibilidades de ele ser bem-sucedido. — Salmo 127:4, 5.
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULO 19
Como vou saber se o meu filho está pronto para sair de casa?
A Serena, mencionada no Capítulo 7 deste livro, tem receio de sair da casa dos pais. Porquê? Ela comenta um dos motivos: “Mesmo quando quero comprar algo com o meu próprio dinheiro, o meu pai não me deixa. Ele diz que esse é o papel dele. Por isso, só a ideia de ter de pagar as minhas contas assusta-me.” Não há dúvida de que o pai dela faz isso com a melhor das intenções. Mas acha que ele está a preparar a Serena para cuidar da sua própria casa no futuro? — Provérbios 31:10, 18, 27.
Será que os seus filhos são superprotegidos e, por isso, mal preparados para viverem sozinhos? Como pode saber? Analise os quatro pontos a seguir, que também são mencionados no Capítulo 7, no subtítulo “Estou preparado?”, mas, agora, do seu ponto de vista, como pai ou mãe.
Administrar o dinheiro. Será que os seus filhos mais velhos sabem preparar uma declaração de rendimento? Sabem o que precisam de fazer para estarem de acordo com as leis tributárias? (Romanos 13:7) São capazes de comprar a crédito de forma responsável? (Provérbios 22:7) Conseguem fazer um orçamento doméstico e viver de acordo com ele? (Lucas 14:28-30) Já sentiram a satisfação de comprar algo com o dinheiro que eles próprios ganharam a trabalhar? O que dizer da satisfação ainda maior de darem do seu tempo e recursos para ajudar outros? — Atos 20:35.
Cuidar das tarefas domésticas. Será que as suas filhas e os seus filhos sabem cozinhar? Já os ensinou a lavar e a passar a roupa? Se conduzirem, conseguem fazer com segurança manutenções simples no carro, como trocar um fusível, o óleo ou um pneu furado?
Relacionamentos. Quando os seus filhos mais velhos se desentendem, tem de agir sempre como juiz, impondo a solução do problema? Ou já os ensinou a resolver o assunto de forma pacífica e, depois, a contarem-lhe como conseguiram fazer isso? — Mateus 5:23-25.
Rotina espiritual. Será que simplesmente diz aos seus filhos aquilo em que devem acreditar ou usa de persuasão? (2 Timóteo 3:14, 15) Será que responde sempre às perguntas que eles fazem sobre questões religiosas e morais, ou ensina-os a desenvolver o “raciocínio”? (Provérbios 1:4) Gostava que eles seguissem a sua rotina de estudo pessoal da Bíblia? Ou preferia que eles tivessem melhores hábitos do que os seus? c
Sem dúvida, treinar os filhos nestas áreas exige tempo e muito esforço. Mas quando chegar o dia – triste e alegre ao mesmo tempo – de lhes dar um abraço de despedida, vai ver que todo o seu esforço valeu a pena.
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULO 7
SEXO E NAMORO
Devo conversar com o meu filho sobre sexo?
A questão do sexo está a ser apresentada a crianças consideravelmente novas. A Bíblia predisse há muito tempo que os “últimos dias” seriam marcados por “tempos críticos, difíceis de suportar”, em que as pessoas não teriam “autodomínio” e ‘amariam os prazeres em vez de a Deus’. (2 Timóteo 3:1, 3, 4) A moda do sexo sem compromisso é uma das muitas indicações do cumprimento desta profecia.
O mundo em que você vive é muito diferente daquele em que foi criado. Em alguns sentidos, porém, os problemas são os mesmos. Portanto, não fique apavorado ou intimidado pelas más influências que rodeiam os seus filhos. Em vez disso, esteja determinado a ajudá-los a fazerem o que o apóstolo Paulo exortou aos cristãos há cerca de 2 mil anos: “Ponham a armadura completa de Deus, para que se mantenham firmes contra as artimanhas do Diabo.” (Efésios 6:11) O facto é que muitos jovens cristãos estão a travar uma luta excelente para fazerem o que é certo, apesar das influências negativas que os cercam. Como pode ajudar os seus filhos a fazerem o mesmo?
Uma maneira é por iniciar uma conversa com o seu filho, usando alguns capítulos da Secção 4 deste livro e das
Secções 1 e 7 do Volume 2. Esses capítulos contêm textos bíblicos que nos fazem pensar. Alguns destacam exemplos da vida real, tanto de servos de Jeová que tomaram posição a favor do que é certo e receberam as bênçãos dele, como de outros que ignoraram as leis de Deus e sofreram as consequências. Outros textos contêm princípios que podem ajudar os seus filhos a reconhecerem o grande privilégio que eles – e você – têm de viver de acordo com as leis de Deus. Porque não planeia recapitular essa matéria com eles o mais brevemente possível?VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULOS 23, 25 E 32; E O VOLUME 2, CAPÍTULOS 4-6, 28 E 29
Devo deixar o meu filho começar a namorar?
Mais cedo ou mais tarde, os vossos filhos vão ter de lidar com o assunto do namoro. “Eu não preciso de fazer nada!”, diz o Phillip. “As raparigas convidam-me para sair e eu fico a pensar: ‘O que é que eu faço agora?’ É difícil dizer não, porque algumas são muito bonitas.”
O melhor que vocês como pais podem fazer é falar com os vossos filhos adolescentes sobre o assunto, talvez por usarem o Capítulo 1 do Volume 2 como base para essa conversa. Descubram como o vosso filho se sente a respeito dos desafios que enfrenta na escola ou até na congregação. Às vezes, vocês podem aproveitar ocasiões informais para falarem sobre isso, por exemplo, quando estiverem ‘sentados na vossa casa e a andarem pela estrada’. (Deuteronómio 6:6, 7) Seja qual for o caso, ‘estejam prontos para ouvir e não se precipitem em falar’. — Tiago 1:19.
Se o vosso filho demonstrar interesse por alguém, não entrem em pânico. “Quando o meu pai descobriu que eu tinha um namorado, ficou muito zangado”, diz uma adolescente. “Ele tentou assustar-me com perguntas sobre se eu estava preparada para me casar. Quando se é jovem, isso faz com que fiques com
vontade de continuar o relacionamento para provares que os teus pais estão errados.”Se os vossos filhos adolescentes sabem que o assunto do namoro nem sequer pode ser mencionado, alguma coisa má pode acontecer. Ele ou ela pode querer namorar às escondidas. Uma jovem diz: “Quando os pais fazem um escândalo por causa do namoro, isso só faz com que os jovens queiram esconder ainda mais o seu relacionamento. Em vez de o terminar, eles, simplesmente, vão continuar a namorar às escondidas.”
Vocês terão resultados muito melhores se falarem de modo franco sobre o assunto. A Brittany, de 20 anos, diz: “Os meus pais foram sempre muito abertos comigo no que diz respeito a falar sobre namoro. Eles querem saber em quem estou interessada, e acho isso muito bem! O meu pai vai falar com o rapaz e, se houver qualquer motivo de preocupação, ele e a minha mãe falam comigo. Geralmente, eu acabo por perder o interesse, mesmo antes de começar a namorar.”
Depois de lerem o Capítulo 2 do Volume 2, vocês talvez se perguntem: ‘Será que o meu filho ou a minha filha namoraria sem eu saber?’ Vejam a razão de alguns jovens se sentirem tentados a namorar às escondidas, e, depois, reflitam nas perguntas que se seguem.
“Alguns jovens não encontram apoio emocional em casa. Por isso, decidem procurar esse apoio num namorado ou numa namorada.” — Wendy.
O que podem fazer para se certificarem de que as necessidades emocionais dos vossos filhos sejam satisfeitas de modo adequado? Neste respeito, será que há aspetos em que vocês podem melhorar? Se esse for o caso, quais são?
“Quando eu tinha 14 anos, um estudante de intercâmbio pediu-me em namoro. Eu aceitei, porque agradava-me a ideia de ter um rapaz a abraçar-me.” — Diane.
Se a Diane fosse vossa filha, como lidariam com o assunto?
“É fácil namorar às escondidas com os telemóveis. Os pais não têm nenhuma noção do que está a acontecer!” — Annette.
Que medidas é que podem tomar a respeito do modo como os vossos filhos usam o telemóvel?
“Quando os pais não estão atentos ao que os filhos estão a fazer e com quem, torna-se muito mais fácil namorar às escondidas.” — Thomas.
Como é que podiam envolver-se mais na vida do vosso filho adolescente e, ainda assim, dar-lhe uma certa medida de liberdade?
“Muitas vezes, os pais não estão em casa quando os filhos estão. Ou, então, são muito ingénuos no que diz respeito a deixarem os seus filhos saírem com outras pessoas.” — Nicholas.
Pensem no melhor amigo do vosso filho. Será que realmente sabem o que eles fazem quando estão juntos?
“Alguns talvez namorem às escondidas porque os seus pais são demasiado rigorosos.” — Paul.
Sem transigir nas leis e nos princípios bíblicos, como é que ‘a vossa razoabilidade pode ser conhecida por todos’? — Filipenses 4:5.
“Na minha adolescência, eu tinha baixa autoestima e era muito carente. Comecei a enviar ‘e-mails’ a um rapaz de uma congregação vizinha e apaixonei-me. Ele fazia com que eu me sentisse especial.” — Linda.
O que acham? Como é que os pais da Linda poderiam ter suprido melhor as necessidades dela em casa?
Talvez queiram usar o Capítulo 2 do Volume 2 e esta secção do Apêndice como base para uma conversa com o vosso filho. A comunicação sincera e franca é a melhor maneira de evitar que os filhos escondam dos pais o que fazem. — Provérbios 20:5.
VEJA O VOLUME 2, CAPÍTULOS 1-3
QUESTÕES EMOCIONAIS
Como devo reagir se o meu filho falar sobre suicídio?
Em algumas partes do mundo, o número de suicídios entre jovens é assustador. Nos Estados Unidos, por exemplo, o suicídio é a terceira causa principal de morte entre jovens de 15 a 25 anos; e, nas duas últimas décadas, o índice de suicídios entre os jovens de 10 a 14 anos duplicou. Os jovens que têm algum distúrbio mental, os que têm antecedentes de suicídio na família e os que já tentaram o suicídio correm maiores riscos. Os sinais de alerta de que um jovem pode estar a pensar em tirar a sua própria vida incluem:
● Isolar-se da família e dos amigos.
● Alteração nos hábitos alimentares e no sono.
● Perda de interesse em atividades que gostava de realizar.
● Mudança repentina de personalidade.
● Consumo de drogas ou abuso de álcool.
● Desfazer-se de objetos de que gostava muito.
● Falar sobre a morte ou interessar-se por assuntos relacionados com ela.
Um dos maiores erros que os pais podem cometer é ignorar estes sinais de alerta. Leve a sério qualquer indício. Não
conclua logo que o seu filho está a passar apenas por uma fase.Além disso, não tenha vergonha de procurar ajuda para o seu filho se ele sofre de depressão profunda ou outro distúrbio mental. E, se suspeitar de que o seu filho adolescente está a pensar em cometer suicídio, pergunte-lhe isso. Alguns talvez pensem que falar sobre o assunto vai incentivá-lo a cometer suicídio, mas isso não é verdade. Muitos jovens sentem-se aliviados quando os pais conversam com eles sobre isso. Por isso, se o seu filho admitir que tem pensamentos suicidas, tente descobrir se há algum plano nesse sentido e, se houver, até que ponto é detalhado. Quanto mais detalhado for o plano, mais urgente deve ser a ação.
Não pense que a depressão vai passar por si só. E, se parecer que ela realmente passou, não pense que o problema está resolvido. Pelo contrário, essa fase pode ser a mais perigosa. Porquê? Porque, quando um adolescente está profundamente deprimido, ele pode não ter força para executar as suas ideias suicidas. No entanto, quando os sentimentos de tristeza passam e o jovem volta a ter energia, ele pode ter força para cometer o suicídio.
É realmente trágico quando, em resultado do desespero, alguns jovens pensam em acabar com a vida. Por estarem atentos aos sinais e agirem depressa, os pais e outros adultos que se preocupam com esses jovens podem ‘consolar os que estão deprimidos’ e ser um refúgio para eles. — 1 Tessalonicenses 5:14.
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULOS 13 E 14, E O VOLUME 2, CAPÍTULO 26
Devo esconder o meu pesar dos meus filhos?
É muito doloroso perder o cônjuge. Mas o seu filho adolescente precisa da sua ajuda. Como pode fazer isso sem desconsiderar a sua própria dor? Tente o seguinte:
● Não esconda os seus sentimentos. A maioria das lições mais valiosas que o seu filho aprendeu na vida foi por observá-lo. Superar o pesar não será diferente. Por isso, não pense que ser forte significa fingir que não está a sofrer. Isso só incentivaria o seu filho a fazer o mesmo. Mas, se você expressa a sua dor emocional, ele aprende que exteriorizar os sentimentos é melhor do que escondê-los e que é normal sentir-se triste, frustrado ou até sentir raiva.
● Incentive o seu filho adolescente a desabafar. Sem o pressionar, incentive-o a abrir o seu coração. Se parecer que ele não está disposto a fazer isso, seria uma boa ideia ler o Capítulo 16 deste livro com ele. Além disso, fale das boas memórias que tem do seu cônjuge. Admita que, até para si, será muito difícil seguir em frente. Quando desabafa com o seu filho, ele aprende a fazer o mesmo.
● Reconheça as suas limitações. É compreensível que queira ser de grande apoio para o seu filho nessa fase difícil. Mas lembre-se de que você também está a sofrer muito. Por isso, a sua força emocional, mental e física pode diminuir durante algum tempo. (Provérbios 24:10) Nessa altura, talvez precise de pedir a ajuda de algum familiar adulto ou de amigos de confiança. Pedir ajuda é um sinal de madureza. Provérbios 11:2 diz: “A sabedoria está com os modestos.”
A melhor ajuda que você pode receber vem do próprio Jeová Deus, que promete aos seus adoradores: “Eu, Jeová, teu Deus, seguro a tua mão direita; sou aquele que te diz: ‘Não tenhas medo. Irei ajudar-te.’” — Isaías 41:13.
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULO 16
Como posso ajudar a minha filha a ter um conceito equilibrado sobre dietas?
Se a sua filha for vítima de um distúrbio alimentar, o que poderá fazer? d Primeiro, procure entender porque é que ela recorreu a esse tipo de comportamento.
Tem-se notado que muitas pessoas com distúrbios alimentares têm uma imagem negativa de si próprias e são perfecionistas por natureza, estabelecendo expectativas exageradamente elevadas para si. Faça tudo para não piorar esses traços de personalidade. Ajude a sua filha a tornar-se mais confiante. — 1 Tessalonicenses 5:11.
Fique, também, atento à sua própria atitude com relação à comida e ao peso. Será que inconscientemente tem dado demasiada ênfase a esses assuntos, quer por palavras, quer pelo seu exemplo? Lembre-se de que os jovens se preocupam muito com a aparência. Até usar uma expressão inocente como “gordinha” ou fazer piadas a respeito do crescimento desproporcional comum na pré-adolescência pode deixar inseguros os jovens que são facilmente influenciados.
Depois de meditar e orar sobre o assunto, converse francamente com a sua filha. Para fazer isso, tente o seguinte:
● Pense cuidadosamente no que vai dizer e quando o vai dizer.
● Expresse de forma clara a sua preocupação e o seu desejo de ajudar.
● Não fique surpreendido se, no início, a reação for defensiva.
● Ouça com paciência.
Mais importante ainda: ajude e motive a sua filha a melhorar. Faça da recuperação dela um assunto de família!
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULO 10, E O VOLUME 2, CAPÍTULO 7
ESPIRITUALIDADE
Como posso continuar a ensinar valores espirituais aos meus filhos, ao passo que entram na adolescência?
A Bíblia diz que Timóteo recebeu treino espiritual “desde a infância”, e, como pai ou mãe, você, provavelmente, tem feito o mesmo com os seus filhos. (2 Timóteo 3:15) No entanto, quando os seus filhos entram na adolescência, você precisa de adaptar os seus métodos de ensino às novas circunstâncias. Eles começam a entender assuntos mais complexos e abstratos, que não conseguiam entender plenamente quando eram mais novos. Agora, mais do que nunca, você precisará de apelar à “faculdade de raciocínio” deles. — Romanos 12:1.
Quando escreveu a Timóteo, Paulo falou sobre as coisas que Timóteo tinha ‘aprendido e tinha sido persuadido a crer’. (2 Timóteo 3:14) Agora que os seus filhos são adolescentes, talvez precisem de ser ‘persuadidos a crer’ nas verdades bíblicas que aprenderam desde a infância. Para tocar o coração deles, é preciso mais do que apenas dizer-lhes o que fazer ou aquilo em que devem acreditar. Eles precisam de aprender por si próprios. Como pode ajudá-los? Comece por criar oportunidades para vocês raciocinarem e conversarem sobre perguntas tais como:
● O que é que me convence de que Deus existe? — Romanos 1:20.
● Como é que posso saber se o que os meus pais me ensinam sobre a Bíblia é a verdade? —● Estou convencido de que os padrões da Bíblia são para o meu bem? — Isaías 48:17, 18.
● Como é que sei que as profecias da Bíblia vão cumprir-se? — Josué 23:14.
● O que é que me convence de que nada neste mundo se compara ao “valor superior do conhecimento de Cristo Jesus”? — Filipenses 3:8.
● O que é que o sacrifício de resgate de Cristo significa para mim? — 2 Coríntios 5:14, 15; Gálatas 2:20.
Talvez não queira que os seus filhos adolescentes considerem estas perguntas com receio de que eles não consigam respondê-las. Mas isso seria como não querer olhar para o indicador de combustível no painel do seu carro com medo de que ele esteja a indicar “vazio”. Se o tanque estiver vazio, seria melhor saber disso enquanto ainda pode fazer alguma coisa! Do mesmo modo, agora – enquanto os seus filhos adolescentes ainda estão em casa –, é o momento de ajudá-los a examinar assuntos relacionados com a fé, a fim de serem ‘persuadidos a crer’. e
Lembre-se de que não há nada de errado em o seu filho perguntar-se: ‘Porque é que eu acredito nisto?’ A Diane, de 22 anos, lembra-se de também se ter questionado quando era adolescente. Ela diz: “Eu não queria ter dúvidas sobre as minhas crenças. Ter respostas claras e concretas ajudou-me a perceber que eu gostava de ser Testemunha de Jeová! Sempre que me perguntavam porque é que eu não podia fazer alguma coisa, em vez de dizer: ‘Porque a minha religião não permite’, eu dizia: ‘Eu não acho isso correto’. Por outras palavras, o conceito da Bíblia passou a ser o meu conceito.”
Sugestão: Para ajudar o seu filho adolescente a usar a faculdade de raciocínio com base nos padrões da Bíblia, peça-lhe Capítulo 37 deste livro e o Capítulo 32 do Volume 2) e, depois, conversamos amanhã. Eu vou fazer o teu papel e vou pedir-te para ir à festa, e tu vais fazer o meu papel e dizer se isso seria uma boa ideia ou não.”
para fazer o papel de pai (ou mãe) quando surgir um problema. Por exemplo, digamos que a sua filha lhe peça para ir a uma festa que você (e, provavelmente, ela) sabe que não seria apropriada para um cristão. Em vez de simplesmente dizer “não”, podia dizer algo assim: “Eu gostava que te colocasses no meu lugar. Pensa na festa a que queres ir. Pesquisa sobre o assunto (talvez oVEJA O VOLUME 1, CAPÍTULO 38, E O VOLUME 2, CAPÍTULOS 34-36
O meu filho adolescente perdeu o interesse por coisas espirituais. O que posso fazer?
Primeiro, não conclua apressadamente que o seu filho adolescente está a rejeitar as suas crenças. Na maioria dos casos, há alguma coisa por trás disso. Por exemplo, talvez o seu filho...
● esteja a enfrentar pressão dos colegas e tem vergonha de ser diferente por seguir os princípios bíblicos
● veja outros jovens (até mesmo irmãos carnais) a levarem uma vida exemplar como cristãos e acha que é impossível ser como eles
● precise de amigos, mas sente-se sozinho ou não se sente à vontade entre os irmãos
● veja outros jovens “cristãos” a levarem uma vida dupla
● esteja a tentar ter uma identidade própria e, por isso, questiona os padrões que são importantes para si
● veja os colegas de turma a fazerem livremente coisas erradas, aparentemente, sem sofrerem nenhuma consequência
● esteja a tentar agradar a um dos pais que não é cristão
Como pode notar, estas situações têm pouco a ver com os princípios em que as suas crenças se baseiam. Têm mais a ver com as circunstâncias que tornam desafiador viver segundo a fé – pelo menos, no momento. Portanto, o que pode fazer para motivar o seu filho?
Seja flexível – sem violar os princípios bíblicos. Tente entender o motivo do seu filho estar desanimado e faça ajustes para que ele tenha um ambiente mais favorável para se desenvolver espiritualmente. (Provérbios 16:20) Por exemplo, o “Plano para enfrentar a pressão de colegas”, nas páginas 132 e 133 do Volume 2, pode dar a confiança necessária ao seu filho para que ele não sinta tanta vergonha de enfrentar os seus colegas de escola. Ou, se o seu filho se sente sozinho, você talvez precise de tomar medidas práticas para ajudá-lo a encontrar bons amigos.
Providencie a ajuda de alguém maduro. Às vezes, os jovens são ajudados quando algum adulto que não faz parte da família lhes dá um incentivo. Conhece alguém que tem mentalidade espiritual e que podia ser uma boa influência para o seu filho adolescente? Porque não faz planos para que o seu filho passe algum tempo com ele? O objetivo não é abrir mão da sua responsabilidade. Pense no caso de Timóteo. Ele beneficiou-se muito do exemplo do apóstolo Paulo, e Paulo também se beneficiou muito de ter a companhia de Timóteo. — Filipenses 2:20, 22.
Enquanto o seu filho adolescente estiver debaixo do seu teto, você tem o direito de exigir que ele siga uma rotina espiritual. No entanto, o objetivo é, na verdade, ajudar o seu filho a amar a Deus – não simplesmente fazer com que ele aja de forma mecânica. Para ajudar o seu filho a querer seguir a religião verdadeira, dê um bom exemplo. Seja razoável no que espera dele. Providencie a ajuda de alguém maduro e companhias edificantes. Talvez um dia o seu filho possa dizer o mesmo que o salmista: “Jeová é o meu rochedo, a minha fortaleza e o meu libertador.” — Salmo 18:2.
VEJA O VOLUME 1, CAPÍTULO 39, E O VOLUME 2, CAPÍTULOS 37 E 38
[Notas de rodapé]
a Ao mesmo tempo, não o faça sentir-se culpado para lhe dar motivação.
b Os adolescentes, geralmente, preocupam-se muito com a aparência. Por isso, tenha cuidado para não passar a ideia de que há alguma coisa de errado com o corpo deles.
c Veja as páginas 315-318.
d Para simplificar, usamos o género feminino. No entanto, os princípios considerados aqui aplicam-se tanto aos filhos como às filhas.
e O Capítulo 36 do Volume 2 pode ajudar os adolescentes a usarem a sua faculdade de raciocínio para terem a plena certeza de que Deus existe.