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Declarar justo

Declarar justo

O verbo hebraico tsa·dhéq (aparentado com tsé·dheq, que significa “justiça; retidão”) às vezes é traduzido por “declarar justo”. (Êx 23:7; De 25:1) Esta expressão bíblica também é traduzida por “justificar”, e as formas substantivas, por “justificação”. As palavras originais (di·kai·ó·o [verbo], di·kaí·o·ma e di·kaí·o·sis [substantivos]) nas Escrituras Gregas Cristãs, onde se encontra a mais completa explicação do assunto, basicamente transmitem a ideia de absolver ou inocentar de toda acusação, julgar inocente, e, assim, justificar, ou declarar e considerar justo. — Veja Léxico do Novo Testamento Grego/Português (de F. Wilbur Gingrich e Frederick W. Danker; tradução de J. P. T. Zabatiero, Ed. Vida Nova), 1986, p. 57; também A Greek-English Lexicon (Léxico Grego-Inglês), de H. Liddell e R. Scott (revisado por H. Jones), Oxford, 1968, p. 429.

Assim, o apóstolo Paulo fala de Deus como “mostrado justo [forma de di·kai·ó·o]” em Suas palavras e vencendo ao ser julgado por difamadores. (Ro 3:4) Jesus disse que “a sabedoria é provada justa pelas suas obras”, e que, ao prestarem contas no Dia do Juízo, os homens seriam ‘declarados justos [forma de di·kai·ó·o]’ ou condenados pelas suas próprias palavras. (Mt 11:19; 12:36, 37) Jesus disse a respeito do humilde cobrador de impostos que orou arrependido no templo, que ele “desceu para sua casa provado mais justo” do que o jactancioso fariseu que orava na mesma ocasião. (Lu 18:9-14; 16:15) O apóstolo Paulo declarou que aquele que morre foi “absolvido [forma de di·kai·ó·o] do seu pecado”, tendo pago a pena de morte. — Ro 6:7, 23.

Além de tais usos, no entanto, essas palavras gregas são usadas em sentido especial como se referindo a um ato de Deus, pelo qual alguém é considerado inculpe (At 13:38, 39; Ro 8:33), e também ao ato de Deus, de declarar alguém perfeito em integridade e julgado digno do direito à vida, conforme se verá.

Em Tempos Pré-Cristãos. Originalmente, Adão era homem perfeito, justo, ‘filho humano de Deus’. (Lu 3:38) Era justo em virtude de ter sido criado por Deus e declarado “muito bom” pelo seu Criador. (Gên 1:31) Mas ele deixou de manter a integridade perante Deus e perdeu a qualidade de justiça para si mesmo e sua descendência futura. — Gên 3:17-19; Ro 5:12.

Não obstante, dentre seus descendentes havia homens de fé que ‘andavam com o verdadeiro Deus’, tais como Noé, Enoque e Jó. (Gên 5:22; 6:9; 7:1; Jó 1:1, 8; 2:3) A respeito de Abraão declara-se que ele exercia fé em Deus e foi “declarado justo”; escreveu-se também que Raabe, de Jericó, manifestou a sua fé por obras e por isso foi “declarada justa”, poupando-se-lhe a vida quando a cidade de Jericó foi destruída. (Tg 2:21-23, 25) Pode-se notar que na epístola de Tiago (conforme citada) e também na carta de Paulo aos Romanos (4:3-5, 9-11), na qual ele cita Gênesis 15:6, declara-se que a fé de Abraão ‘lhe foi contada como justiça’. Esta expressão é melhor entendida quando se considera o sentido da palavra grega lo·gí·zo·mai, “contar”, usada aqui.

Como ‘contados’ justos. Este verbo grego, lo·gí·zo·mai, era usado regularmente nos tempos antigos para cálculos ou computações numéricas, tais como em contabilidade, sendo usado ao se referir tanto a algo lançado como débito numa conta, como a algo lançado como crédito nela. Na Bíblia, é usado para significar ‘considerar [contar como, imputar], creditar, contar, ou tomar em conta’. Assim, 1 Coríntios 13:5 diz que o amor “não leva em conta [forma de lo·gí·zo·mai] o dano” (compare isso com 2Ti 4:16); e cita-se o salmista Davi como dizendo: “Feliz o homem cujo pecado Jeová de modo algum levará em conta.” (Ro 4:8) Paulo mostrou àqueles que encaravam as coisas segundo o seu valor aparente a necessidade de fazer uma avaliação correta da questão, de examinar como que ambos os lados do balanço contábil. (2Co 10:2, 7, 10-12) Ao mesmo tempo, Paulo se preocupava com que ‘ninguém pusesse para o seu crédito [forma de lo·gí·zo·mai]’ mais do que era correto quanto ao seu ministério. — 2Co 12:6, 7.

A palavra lo·gí·zo·mai também pode significar “estimar, avaliar, considerar, classificar ou contar (com um grupo, classe ou tipo)”. (1Co 4:1) Neste respeito, Jesus disse que seria “contado [forma de lo·gí·zo·mai] com os que são contra a lei”, isto é, considerado ou classificado como estando entre estes, ou como um deles. (Lu 22:37) O apóstolo, na sua carta aos romanos, diz que, quando o incircunciso guarda a Lei, “será sua incircuncisão considerada como circuncisão”, isto é, avaliada ou encarada como se fosse circuncisão. (Ro 2:26) Em sentido similar, os cristãos foram exortados a ‘considerar-se deveras mortos no que se refere ao pecado, mas vivos no que se refere a Deus, por Cristo Jesus’. (Ro 6:11) E os cristãos ungidos dentre os gentios, embora não fossem descendentes carnais de Abraão, foram “contados como o descendente [literalmente: semente]” de Abraão. — Ro 9:8.

Como podia Abraão ser declarado justo antes da morte de Cristo?

Assim, também, a fé de Abraão, conjugada com obras, ‘foi-lhe contada [considerada, creditada ou imputada] como justiça’. (Ro 4:20-22) Naturalmente, isto não significa que ele e outros homens fiéis dos tempos pré-cristãos fossem perfeitos ou livres do pecado; no entanto, em virtude de exercerem fé na promessa de Deus a respeito da ‘semente’, e por se esforçarem a seguir as ordens de Deus, eles não eram classificados como injustos, sem boa reputação perante Deus, como os demais do mundo da humanidade. (Gên 3:15; Sal 119:2, 3) Amorosamente, Jeová os considerava inculpes, em comparação com o mundo da humanidade, apartado de Deus. (Sal 32:1, 2; Ef 2:12) Deste modo, Deus podia, em razão da fé que tinham, lidar com tais homens imperfeitos e abençoá-los, ao mesmo tempo permanecendo fiel às suas próprias normas perfeitas de justiça. (Sal 36:10) Todavia, esses homens reconheciam sua necessidade duma redenção do pecado e aguardavam o tempo devido de Deus para fornecê-la. — Sal 49:7-9; He 9:26.

O “Um só Ato de Justificação” de Cristo Jesus. As Escrituras mostram que, quando Jesus Cristo estava na terra, ele realmente tinha um organismo humano perfeito (1Pe 1:18, 19) e manteve a sua perfeição por continuar a reter e a fortalecer sua integridade sob prova. Isto estava em harmonia com o propósito de Deus, de tornar o Agente Principal da salvação ‘aperfeiçoado por sofrimentos’. (He 2:10) Quer dizer, Jesus foi aperfeiçoado quanto à obediência e quanto a manter a integridade, e foi aperfeiçoado para a sua posição como Sumo Sacerdote de salvação, da parte de Deus, conforme Paulo mostra em Hebreus 5:7-10. Por terminar sua carreira terrestre livre de defeitos, em todos os sentidos da palavra, Jesus foi reconhecido por Deus como justificado. Foi assim o único homem que, através de prova, se manteve firme e positivamente justo, ou reto, perante Deus por mérito próprio. Por este “um só ato de justificação [forma de di·kaí·o·ma]”, isto é, por Jesus mostrar-se perfeitamente justo por todo o seu proceder imaculado, inclusive seu sacrifício, ele proveu a base para que aqueles que têm fé em Cristo sejam declarados justos. — Ro 5:17-19; 3:25, 26; 4:25.

Na Congregação Cristã. Com a vinda do Filho de Deus qual prometido Redentor, veio a existir um fator novo em que Deus podia basear seu modo de lidar com seus servos humanos. Os seguidores de Jesus Cristo chamados para serem seus irmãos espirituais, com a perspectiva de ser coerdeiros com ele no Reino celestial (Ro 8:17), são primeiro declarados justos por Deus à base da sua fé em Jesus Cristo. (Ro 3:24, 28) Este é um ato judicial de Jeová Deus; portanto, diante dele como Juiz Supremo, ninguém pode ‘levantar acusação’ contra Seus escolhidos. (Ro 8:33, 34) Por que toma Deus tal ação para com eles?

Em primeiro lugar, porque Jeová é perfeito e santo (Is 6:3); assim, em harmonia com a sua santidade, aqueles a quem ele aceita como seus filhos precisam ser perfeitos. (De 32:4, 5) Jesus Cristo, o principal Filho de Deus, mostrou ser perfeito, “leal, cândido, imaculado, separado dos pecadores”. (He 7:26) Seus seguidores, entretanto, são tirados dentre os filhos de Adão, o qual, por causa do pecado, gerou uma família imperfeita, pecaminosa. (Ro 5:12; 1Co 15:22) Assim, conforme mostra João 1:12, 13, os seguidores de Jesus, para começar, não eram filhos de Deus. Jeová Deus, graças à bondade imerecida, providenciou um processo de “adoção”, por meio do qual ele aceita tais favorecidos e os traz a uma relação espiritual como parte da sua família de filhos. (Ro 8:15, 16; 1Jo 3:1) Consequentemente, Deus estabelece a base para a admissão ou a adoção deles na qualidade de filhos por declará-los justos por meio do mérito do sacrifício de resgate de Cristo, no qual exercem fé, inocentando-os de toda culpa devida ao pecado. (Ro 5:1, 2, 8-11; compare isso com Jo 1:12.) Eles, portanto, são “contados” ou creditados como pessoas completamente justas, todos os seus pecados sendo perdoados e não imputados a eles. — Ro 4:6-8; 8:1, 2; He 10:12, 14.

Serem estes cristãos declarados justos, portanto, tem alcance muito maior do que no caso de Abraão (e de outros servos pré-cristãos de Jeová), já considerados. Indicando o alcance da justificação de Abraão, o discípulo Tiago escreveu: “Cumpriu-se a escritura que diz: ‘Abraão depositou fé em Jeová, e isso lhe foi contado como justiça’, e ele veio a ser chamado ‘amigo de Jeová’.” (Tg 2:20-23) Assim, por causa da sua fé, Abraão foi declarado justo como amigo de Deus, não como filho de Deus por “nascer de novo”, visando a vida celestial. (Jo 3:3) O registro bíblico torna claro que, antes da vinda de Cristo, não se abrira para os homens nem tal filiação, nem tal esperança celestial. — Jo 1:12, 17, 18; 2Ti 1:10; 1Pe 1:3; 1Jo 3:1.

Pode-se ver assim que, embora gozem a condição de pessoas justas perante Deus, esses cristãos não são dotados de perfeição real ou literal na carne. (1Jo 1:8; 2:1) Em vista da perspectiva de vida celestial que esses seguidores de Cristo têm, essa perfeição literal num organismo carnal realmente não é necessária agora. (1Co 15:42-44, 50; He 3:1; 1Pe 1:3, 4) No entanto, por terem sido declarados justos, tendo-lhes sido “contada” ou creditada a justiça, os requisitos de justiça, de Deus, são satisfeitos, e ele introduz estes adotados no “novo pacto”, validado pelo sangue de Jesus Cristo. (Lu 22:20; Mt 26:28) No novo pacto feito com o Israel espiritual, esses filhos adotados e gerados por espírito são ‘batizados na morte de Cristo’, tendo, no fim, uma morte semelhante à dele. — Ro 6:3-5; Fil 3:10, 11.

Embora Jeová lhes perdoe seus pecados de fraqueza e imperfeição carnais, todavia existe um conflito nestes cristãos, conforme ilustrado na carta de Paulo aos Romanos (7:21-25). Esse é entre a lei da sua mente reformada (Ro 12:2; Ef 4:23), ou a “lei de Deus”, e a “lei do pecado” existente nos seus membros. Isto se dá porque seus corpos carnais não são aperfeiçoados, embora eles próprios sejam contados justos e se perdoem seus pecados. Este conflito contribui para a prova da sua integridade para com Deus. Eles podem vencer este conflito com a ajuda do espírito de Deus e o auxílio do seu misericordioso Sumo Sacerdote, Cristo Jesus. (Ro 7:25; He 2:17, 18) Para vencerem, porém, têm de constantemente exercer fé no sacrifício resgatador de Cristo e têm de segui-lo, mantendo assim sua justiça aos olhos de Deus. (Veja Re 22:11.) Deste modo ‘se asseguram da sua chamada e escolha’. (2Pe 1:10; Ro 5:1, 9; 8:23-34; Tit 3:6, 7) Por outro lado, se empreenderem fazer do pecado uma prática, desviando-se da fé, perdem sua posição favorecida perante Deus como pessoas justas, porque “eles de novo pregam para si mesmos o Filho de Deus numa estaca e o expõem ao opróbrio público”. (He 6:4-8) Estes se confrontam com a destruição. (He 10:26-31, 38, 39) Neste respeito, Jesus falou do pecado para o qual não há perdão, e o apóstolo João fez uma distinção entre o pecado “que não incorre em morte” e o pecado “que incorre em morte”. — Mt 12:31, 32; 1Jo 5:16, 17.

Jesus Cristo, depois de manter a sua fidelidade até a morte, foi “vivificado no espírito”, recebendo imortalidade e incorrupção. (1Pe 3:18; 1Co 15:42, 45; 1Ti 6:16) Foi assim “declarado [ou pronunciado] justo em espírito” (1Ti 3:16; Ro 1:2-4) e sentou-se à mão direita de Deus nos céus. (He 8:1; Fil 2:9-11) Os seguidores fiéis das pisadas de Cristo aguardam uma ressurreição semelhante à dele (Ro 6:5), na expectativa de se tornarem recebedores da “natureza divina”. — 2Pe 1:4.

Outros Justos. Numa das ilustrações, ou parábolas, de Jesus, referente ao tempo da sua vinda na glória do Reino, aqueles que são semelhantes a ovelhas são chamados de “justos”. (Mt 25:31-46) É notável, porém, que nesta ilustração esses “justos” são apresentados como separados e distintos daqueles que Cristo chama de “meus irmãos”. (Mt 25:34, 37, 40, 46; compare isso com He 2:10, 11.) Visto que esses semelhantes a ovelhas dão ajuda aos “irmãos” espirituais de Cristo, demonstrando com isso fé no próprio Cristo, são abençoados por Deus e chamados de “justos”. Iguais a Abraão, são contados, ou declarados, justos como amigos de Deus. (Tg 2:23) Esta posição justa significará sua sobrevivência quando os “cabritos” partirem “para o decepamento eterno”. — Mt 25:46.

Uma situação paralela pode ser observada na visão registrada em Revelação (Apocalipse) 7:3-17. Ali, uma “grande multidão” de número indefinido é mostrada como distinta dos 144.000 “selados”. (Veja Ef 1:13, 14; 2Co 5:1.) Que os desta “grande multidão” usufruem uma condição justa perante Deus é indicado por serem descritos como tendo ‘lavado as suas vestes compridas e as embranquecido no sangue do Cordeiro’. — Re 7:14.

Os da “grande multidão”, que sobrevivem à “grande tribulação”, ainda não são declarados justos para a vida — quer dizer, como dignos do direito à vida eterna na terra. Precisam continuar a recorrer às “fontes de águas da vida”, conforme guiados pelo Cordeiro, Cristo Jesus. Terão de fazer isso durante o Reinado Milenar de Cristo. (Re 7:17; 22:1, 2) Se se mostrarem leais a Jeová durante uma prova final, no fim dos mil anos, terão seu nome permanentemente registrado no livro da vida de Deus, Jeová assim declarando, ou reconhecendo, que eles finalmente são justos em sentido completo. — Re 20:7, 8; veja VIDA (Árvores da Vida).

Deus Provado Justo em Todos os Seus Atos. Pode-se ver que Deus, nos seus tratos com humanos imperfeitos, nunca viola suas próprias normas de retidão e justiça. Ele não declara pessoas pecadoras justas pelos próprios méritos delas, desconsiderando ou tolerando assim o pecado. (Sal 143:1, 2) Conforme o apóstolo Paulo explica: “Todos pecaram e não atingem a glória de Deus, e é como dádiva gratuita que estão sendo declarados justos pela benignidade imerecida dele, por intermédio do livramento pelo resgate pago por Cristo Jesus. Deus o apresentou como oferta de propiciação por intermédio da fé no seu sangue. Isto se deu, a fim de exibir a sua própria justiça, porque ele estava perdoando os pecados que ocorreram no passado, enquanto Deus exercia indulgência; a fim de exibir a sua própria justiça nesta época atual, para que fosse justo, mesmo ao declarar justo o homem que tem fé em Jesus.” (Ro 3:23-26) Assim, Deus, mediante benignidade imerecida, proveu um arranjo legal, à base do sacrifício de Cristo, por meio do qual pode ser completamente justo e reto ao perdoar os pecados daqueles que exercem fé.

Tentativas de Mostrar-se Justo. Visto que apenas Deus pode declarar justo um homem, as tentativas de se mostrar justo à base de méritos próprios ou por aceitar o julgamento de outros quanto à justiça da pessoa, não têm nenhum valor. Jó foi repreendido porque, embora não acusasse Deus de algum mal, ele ‘declarava justa a sua própria alma em vez de a Deus’. (Jó 32:1, 2) O homem versado na Lei, que interrogou Jesus a respeito do caminho para a vida eterna, foi indiretamente repreendido por Jesus pela sua tentativa de se mostrar justo. (Lu 10:25-37) Jesus condenou os fariseus por procurarem declarar-se justos perante os homens. (Lu 16:15) O apóstolo Paulo, em especial, mostrou que, por causa do estado imperfeito e pecaminoso de toda a humanidade, ninguém pode ser declarado justo pela tentativa de estabelecer a sua própria justiça por meio de obras da Lei mosaica. (Ro 3:19-24; Gál 3:10-12) Em vez disso, enfatizou a fé em Cristo Jesus como a verdadeira base para se ser declarado justo. (Ro 10:3, 4) A carta inspirada de Tiago complementa a declaração de Paulo por mostrar que essa fé tem de ser feita viver, não por obras da Lei, mas por obras de fé, como nos casos de Abraão e de Raabe. — Tg 2:24, 26.

Certos homens, afirmando falsamente ser apóstolos, desafiaram injustamente o apostolado e as obras cristãs de Paulo, procurando assim atrair a si a congregação coríntia. (2Co 11:12, 13) Paulo, sabendo que era fiel no cumprimento do serviço de mordomo para Cristo, declarou que ele não se preocupava com o julgamento de homens que, totalmente desautorizados, na realidade se arvoravam em “tribunal humano” para julgá-lo. Ele nem mesmo se estribava na sua própria avaliação de si mesmo, mas olhava para Jeová como seu Examinador. (1Co 4:1-4) Assim se estabelece o princípio de que não se pode confiar no julgamento de homens quanto à justiça da própria pessoa, ou a falta dela, a menos que o julgamento deles seja apoiado pela Palavra de Deus. A pessoa precisa recorrer à Palavra de Deus e deixar que ela a examine. (He 4:12) Entretanto, quando o apoio da Palavra de Deus é evidente, a pessoa repreendida por um irmão cristão, especialmente por um ancião na congregação, não agiria bem se rejeitasse tal repreensão por tentar mostrar-se justa. (Pr 12:1; He 12:11; 13:17) E todo aquele que serve em uma posição de responsabilidade e que deve julgar um assunto ou uma disputa seria condenado por Deus se declarasse “justo ao iníquo em troca de suborno”. — Is 5:23; Tg 2:8, 9.