Nos últimos anos, o número de adolescentes que cometeram suicídio aumentou muito em alguns países. Por que isso está acontecendo? Será que isso pode acontecer com seu filho?

Neste artigo

•  Por que os pais devem se preocupar?

•  Como saber se seu filho está em perigo?

•  O que fazer se seu filho está nessa situação?

 De 2009 a 2019, nos Estados Unidos, o número de alunos no ensino médio com sintomas de depressão aumentou em 40%. Nesse mesmo período, o número de suicídios também aumentou. Por exemplo, no Brasil, de 2014 a 2019, o número de suicídios entre jovens de 11 a 20 anos dobrou. a

 “Os jovens de hoje precisam enfrentar desafios que as gerações anteriores não enfrentaram . . . Esses problemas têm prejudicado muito a saúde mental deles.” — Vivek Murthy, conselheiro nacional de saúde dos Estados Unidos.

 Princípio bíblico: “O espírito abatido consome as energias da pessoa.” — Provérbios 17:22.

 Analise o seguinte:

•   Acontecimentos. Seu filho passou por algum trauma? Por exemplo, ele foi rejeitado de alguma maneira, passou por um término de relacionamento, fracassou em alguma coisa ou perdeu alguém que amava na morte? Coisas assim podem afetar seu filho mais do que você imagina.

•   Comportamentos. Seu filho se afastou dos amigos ou da família? Ele perdeu o interesse em atividades que antes gostava de fazer? Ele se desfez de coisas que eram importantes para ele?

•   Comentários. Seu filho diz coisas como “seria melhor se eu morresse” ou “eu não queria ser um peso para você”?

   É claro que algumas coisas que ele diz podem ser apenas ‘palavras impensadas’. (Jó 6:3) Mas outras podem ser um pedido de ajuda. Então, não ignore nada que seu filho fale sobre querer morrer.

 Se seu filho disser que já pensou em cometer suicídio, você poderia perguntar: “Você também pensou em quando ou como faria isso?” A resposta dele vai mostrar a urgência da situação.

 “Às vezes, nós, pais, não queremos fazer perguntas para os nossos filhos porque temos medo do que eles vão dizer. Mas as respostas deles mostram como estão se sentindo. E não é isso que os pais precisam saber?” — Sandra.

 Princípio bíblico: “Os pensamentos de uma pessoa são como água em poço fundo, mas quem é inteligente sabe como tirá-los para fora.” — Provérbios 20:5, Bíblia na Linguagem de Hoje.

•   Ajude seu filho a se abrir. É necessário ter paciência ao fazer isso. Primeiro, diga para o seu filho que foi muito bom ele ter sido sincero. Daí, você poderia dizer algo como: “Eu gostaria de entender mais o que você está enfrentando. Pode me contar o que tem acontecido na sua vida ultimamente?” Ou então: “Me fale um pouco mais sobre como você está se sentindo.”

   Escute com atenção o que seu filho responder. Não faça pouco caso do que ele está sentindo e resista ao impulso de ir logo dando uma solução para os problemas dele.

   Princípio bíblico: “Todos devem ser prontos para ouvir, mas devem demorar para falar e demorar para ficar irados.” — Tiago 1:19.

•   Crie um plano de segurança. Ajude seu filho a identificar e a colocar por escrito o seguinte:

   Sinais de alerta. Que situações ou pensamentos normalmente levam seu filho a sentir vontade de cometer suicídio?

   Fontes de alívio. Que atividades mais ajudam seu filho a diminuir o estresse e a pensar em outra coisa?

   Apoio emocional. É bom que seu filho tenha pessoas para conversar e pedir ajuda. Essas pessoas podem incluir você, um outro adulto de confiança, um profissional da área da saúde ou uma organização especializada em ajudar pessoas com pensamentos suicidas.

   Princípio bíblico: “Os planos do diligente certamente dão bons resultados.” — Provérbios 21:5.

•   Fique atento. Continue observando a situação do seu filho, mesmo que pareça que ele está melhor.

   “Quando meu filho me disse que não tinha mais pensamentos suicidas, eu pensei que o problema tinha acabado. Mas esse foi um grande erro. De uma hora para outra, pode acontecer alguma coisa que faça a pessoa voltar a ter esse tipo de pensamento.” — Daniel.

   Ajude seu filho a entender que os sentimentos são temporários. O livro O Cérebro da Criança compara os sentimentos com o clima. Ele diz: “A chuva é real e seríamos tolos se ficássemos parados debaixo dela e agíssemos como se não estivesse realmente chovendo. Mas seríamos igualmente tolos se pensássemos que o sol jamais reapareceria.”

•   Dê apoio. Diga ao seu filho que você o ama e que ele pode contar com você. Além disso, você pode dizer: “Eu vou fazer tudo o que eu puder para te ajudar a passar por isso.”

   Princípio bíblico: “O verdadeiro amigo ama em todos os momentos e se torna um irmão em tempos de aflição.” — Provérbios 17:17.